A observação tem uma longa história no contexto da psicologia, sendo hoje considerada como um processo imprescindível na investigação, tendo, até, adquirido o estatuto de método da psicologia.
Fundamentalmente, a observação consiste em olhar atenta e sistematicamente e registar o que se observa. Ocorre sempre que alguém, diferente do observado, nota, dá conta e documenta o comportamento. É costume falar da observação sistemática por oposição à observação ocasional. Esta última, típica do senso comum, não obedece a regras e é afectada pela subjectividade das pessoas, não sendo propriamente considerada científica. No entanto, ela pode levar à demonstração de factos que inspiram importantes constatações posteriores. Foi no decorrer de uma observação ocasional, que Pavlov, ao estudar a digestão, descobriu o reflexo condicionado, verificando a existência de secreções nos animais que não eram provocadas exclusivamente por processos bioquímicos. Porém, quando se investiga em psicologia, a observação utilizada é sistemática, sujeita a um projecto previamente definido e no qual se fixam a condições que delimitam com precisão os aspectos a considerar. Há muitas formas de observação em psicologia, que variam em relação ao papel do observador (observação participante e não participante); quanto ao contexto ambiental (laboratorial e ecológico); e quanto aos instrumentos de registo (directa e indirecta). Não obstante, verificamos, hoje, que a psicologia faz uso, simultaneamente, de diferentes metodologias para chegar a um conhecimento mais amplo e verdadeiro da realidade que é objecto de estudo.