Cada um de nós inicia a vida como uma partícula minúscula de líquido mais pequena do que o ponto final desta frase. Esta partícula, tecnicamente chamada zigot, contém a informação genética que irá moldar e orientar o nosso desenvolvimento para o resto da nossa vida. O zigoto é formado no momento da concepção quando a célula do espermatozóide masculino fertiliza a célula do óvulo feminino. Metade da informação genética contida no zigoto vem do pai, a outra metadeda mãe, e por isso o bébé parecer-se-á com ambos os pais e não apenas com um. O recém-nascido, ou o neonato, não é um adulto em miniatura. Comparativamente a outras partes do corpo, a cabeça e o tronco do bébé são muito maiores ao que serão na idade adulta. Por exemplo, a cabeça aumentará apenas para o dobro do tamanho desde o nascimento, ao passo que os braços e as pernas atingirão um comprimento cerca de cinco vezes superior ao original.
Embora todos os bébés normais sigam os mesmos padrões gerais, o crescimento das raparigas parece ser mais estável e constante do que o dos rapazes. Os rapazes têm mais tendência a dar "saltos de crescimento", embora as curvas de crescimento sejam semelhantes para ambos os sexos.
As mudanças no tamanho do físico e da aparência são manifestações visíveis de mudanças complexas no desenvolvimento da criança. São alterações morfológicas e fisiológicas que acontecem na infância.
Existe também uma grande variedade de fatores do meio ambiente em que a criança vive que podem afetar o seu crescimento. Além disso, tem se notado uma grande variação do crescimento em determinadas épocas do ano. Elas influenciam o desenvolvimento físico sendo que as maiores taxas de crescimento ocorrem no Verão e na Primavera.
Padrões Típicos de Crescimento
PESO: Logo após o parto da criança, ocorre uma perda de peso imediata. Ele é recuperado em torno do 10º ao 14º dia do nascimento. A média de ganho de peso por dia do nascimento até o 6º mês gira em torno de 20 gramas por dia. Do 6º mês até o 12º mês é de 15 gramas. O peso ao nascer dobra em torno do 4º mês, triplica no final do primeiro ano e quadruplica, em média, ao final do 2º ano.
Durante o 2º ano, a média de ganho de peso por mês varia em torno de 250 miligramas. E depois dos dois anos de idade, a média de ganho anual de peso até a adolescência gira em torno de 2,3 a 2,5 quilos.
ALTURA: No final do primeiro ano de vida a altura aumenta em torno de 50%, dobra no 4º ano e triplica em torno dos 13 anos. A média de ganho em altura no 2º ano de vida gira em torno de 12 cm. Depois dos dois anos de idade, a média anual de crescimento até a adolescência gira em torno de 5 cm.
Em relação aos gráficos de crescimento é de suma importância dizer que a melhor maneira de observar o desenvolvimento da criança é avaliar seu grau de normalidade com medições pré-estabelecidas. Estas medições seriadas no tempo promovem uma indicação mais acurada sobre o crescimento da criança e seus progressos. Não basta fazer anotações aleatórias e esporádicas. Pela falta de acompanhamento contínuo a criança poderá apresentar resultados falsos de desenvolvimento físico. A evolução das medidas só é avaliada corretamente com medições seriadas. Essa metodologia promove condições para a comparação da linha de crescimento da criança com as linhas de crescimento consideradas normais dos gráficos estatísticos de peso e estatura.
As transformações físicas/biológicas englobam as alterações do tamanho e forma do corpo, as quais provocam algumas dificuldades na auto-imagem individual.
Provavelmente, a característica mais significativa e visível da adolescência é esta multiplicidade de transformações físicas específicas da puberdade. As mudanças biológicas decorrentes da puberdade são avassaladoras e relativamente rápidas. O crescimento em altura é particularmente evidente, a forma do corpo altera-se, a capacidade física aumenta e inicia-se a sexualidade, a intimidade, no fundo, a maturidade sexual. Com a puberdade (regulada essencialmente pelas hormonas), o corpo cresce não só em tamanho, como nas suas proporções e, consequentemente, na sua capacidade física. O crescimento em altura verificado nesta fase deve-se, essencialmente, ao crescimento dos ossos longos, tais como os dos braços e pernas. Comparando ambos os sexos, constata-se que o surto de crescimento físico ocorre, em média, mais tarde nos rapazes. Devido a este crescimento rápido e alternado das diferentes partes do corpo – que ocorre de forma diferente no rapaz e na rapariga – existe uma fase em que o adolescente parece descoordenado e pouco proporcionado, sendo importante estar atento à forma como encara as alterações na sua imagem e aparência física, que muitas vezes são vividas com um certo dramatismo. Nos rapazes os ombros tornam-se mais largos, em comparação com as ancas, e as pernas são relativamente longas quando comparadas com o comprimento do tronco. Por sua vez, as raparigas evidenciam ombros relativamente estreitos, ancas largas e pernas mais curtas, comparativamente ao tronco.
Verifica-se também uma mudança significativa na capacidade do corpo para fazer esforço físico. Há um aumento da força, que advém do desenvolvimento da capacidade muscular. A acompanhar o crescimento dos músculos, também aumenta o tamanho e a capacidade do coração e dos pulmões. Os adolescentes ficam, então, mais aptos a desempenhar actividades físicas mais exigentes, embora de forma mais acentuada nos rapazes. Todavia, a capacidade para desempenhar trabalhos vigorosos depende mais do treino e do desempenho de determinada profissão/actividade, do que do sexo do indivíduo. Contudo, a adolescência é um processo que tem sofrido alterações ao longo da história das gerações. Nos últimos cem anos, tem-se assistido a um início cada vez mais precoce da puberdade e a um crescimento mais rápido das crianças e dos adolescentes. O fenómeno, que consiste na antecipação da maturação designa-se de Tendência Secular. Por exemplo, “os rapazes e raparigas do mundo ocidental são mais altos, mais pesados e mais maduros do que os seus antepassados durante a adolescência.
A altura média tem vindo a aumentar 2 a 3 centímetros em cada década, assim os adolescentes dos anos 80 são 16 a 24 centímetros mais altos do que os seus pares no início do século. Hamburg (1999) apresenta algumas das mudanças que explicam estas alterações. Segundo o autor, a adolescência, não só se inicia mais cedo, como se prolonga durante mais anos, devido à melhoria das condições de vida e às mudanças sociais. A separação entre o desenvolvimento biológico e social permite verificar que, apesar dos organismos amadurecerem rapidamente, o mesmo não acontece com o cérebro, que só alcança a maturação social perto dos 20 anos. A percepção das regras do mundo adulto não é fácil, dado que os modelos não são tão claros como antigamente, alguns modelos de comportamento seguidos pelos adolescentes não reflectem uma conduta social tão linear e fiável como antigamente, e esta maior complexidade dificulta a previsão do futuro. A erosão da família, cada vez menos tempo junta, os pais cada vez mais tempo fora de casa, o aumento das famílias monoparentais e a falta de suporte social da rede de trabalho, dada a instabilidade do emprego, são uma evidência cada vez maior. Para além disso, os adolescentes têm cada vez mais acessos a mecanismos potencialmente ameaçadores da vida, como certas actividades e substâncias.
Todavia, apesar destas mudanças da sociedade, algumas das necessidades características da adolescência têm resistido e revelam-se cruciais no desenvolvimento saudável dos jovens. São exemplo, a necessidade de encontrar um lugar seguro no grupo que lhes forneça um sentimento de pertença; a necessidade de identificar/adoptar tarefas importantes e reconhecidas no grupo e que garantam o respeito ao adquirir competência; a necessidade de se sentir como uma pessoa válida; a necessidade de segurança nos relacionamentos com as outras pessoas, em especial nos relacionamento mais próximos